domingo, 17 de janeiro de 2010



Da janela que dá para a rua, reflicto-te.
O teu corpo, o teu gesto.
As tuas mãos encostam-se às minhas.
O teu rosto cola-se ao meu.
Incendeias-me com o teu suspiro.
Agrada-me o teu odor...
Entregues ao prazer, consomes-me ardentemente.
[...]
Destruídos os nossos desejos,
procuramos a realidade que nos circunda.
Que é dela?
Que é de nós?
Cassandra [Maio, 2009]

1 comentário:

Dário disse...

Versos intimistas permitem a percepção do ser humano envolto numa busca permanente do seu “eu”.
“Destruídos os nossos desejos” faz-nos sentir o quão pequenos são os nossos sonhos, quando comparados com “ a realidade que nos circunda”.
No entanto, essa realidade circundante não deve ser o “locus horrendus”, mas sim uma busca prazerosa de felicidade.
Talvez as interrogações finais obtenham resposta em momentos sublimes, gestos, atitudes, mas também em situações banais do nosso quotidiano; aquelas “coisas” pequenas que nos fazem reflectir num surpreendente “sussurro”.